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A questão não é ser a Bíblia

  • Math Vinícius
  • 23 de mar. de 2015
  • 2 min de leitura

Durante a semana passada, Floripa ficou no centro de uma polêmica que põe em cheque o ideia que o brasileiro tem sobre religião. Afinal, somos ou não somos um país laico, como diz a nossa Constituição?

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OBS.:Só para constar, essa é uma opinião minha, desse blogueiro que vos escreve, e não de toda a equipe.

Primeiro irei apresentar o que está acontecendo, caso você não tenha lido nada sobre o que estou falando.

A partir do dia 11 de março deste ano (2015), entrou em vigor uma lei, em Florianópolis, que obriga todas as escolas públicas e privadas de Ensinos Fundamental e Médio a ter a Bíblia Sagrada em sua biblioteca em um lugar de destaque. E, mais, as escolas teriam que arcar com todos os custos, pois deverá haver uma Bíblia impressa, uma em braile e uma em audiobook.

Diversos jornais e revistas eletrônicas procuraram pelo vereador idealizador da lei, o bispo Jerônimo Alves (foto em preto e branco), e ele falou à Folha de São Paulo que "O Estado é laico, mas não ateu. Estou apenas atendendo a uma demanda da sociedade, incluindo deficientes".

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O projeto não recebeu grande importância quando fora lançado a votação pela primeira vez, em novembro de 2014, e fora rejeitado pelo prefeito de Florianópolis. Mas neste mês, março de 2015, foi aprovada a lei e causou um reboliço na imprensa, nas redes sociais, em Floripa, em Santa Catarina, no Sul, e no Brasil inteiro.

E a polêmica foi causada com razão. A Bíblia é um livro religioso seguida pelo Cristianismo (Jerônimo é bispo da Igreja Universal) e é inegável a força que ela tem entre a população. E, ao meu ver, ela está sendo usada como um objeto impositor nesse caso.

Para mim a Bíblia deveria, sim, estar em todas as escolas do Brasil, em versão impressa, em braile e em audiobook. Ora por que não? Mas também deveria haver o Corão (livro muçulmano), livros judeus, livros sobre as religiões afro-brasileiras, livros de Chico Xavier e outros livros, os relacionados às religiões asiáticas, também, por exemplo.

Religião é um meio de entender a cultura de uma região. E o Brasil é compreendido pela pluralidade cultural. É um país enorme e uma lei dessas impede essa pluralidade.

Em Florianópolis, o sindicato de colégios privados e uma ADin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) brigam para que prevaleça a Constituição Brasileira que afirma que o Estado é laico.

P.S.: Espero que a ideia não ultrapasse as fronteiras de Florianópolis e se espalhe pelo Brasil, e, se ultrapassar, espero que nunca seja aprovada e seja arquivada.

 
 
 

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